As secas prolongadas e a falta de regularidade climática levaram Grupo São Martinho a investir na tecnologia de indução de chuvas localizadas
Tecnologia da ModClima já induziu chuvas de até 90mm sem o uso de produtos químicos e utilizando apenas água como “matéria-prima”
Aeronaves da ModClima sobrevoam as áreas produtivas “semeando” gotículas de tamanho controlado no interior de nuvens cumulus, que crescerão verticalmente, gerando precipitação
Após vários anos com secas severas nas regiões de atuação de suas unidades bioenergéticas, o Grupo São Martinho, que conta com três unidades no interior paulista e uma em Goiás, buscou alternativas que pudessem contribuir para sanar parte desse problema, uma vez que os acumulados e a má distribuição de chuva dos últimos anos não estavam atendendo às necessidades de seus canaviais.
Após a forte estiagem de 2021, a companhia entrou em contato com a ModClima – uma empresa 100% brasileira que criou uma tecnologia sustentável de indução de chuvas localizadas. A solução oferecida pela ModClima já estava no radar do Grupo há algum tempo.
Os profissionais da São Martinho ficaram satisfeitos com a apresentação da ModClima. A empresa foi contratada e o primeiro projeto foi realizado entre 11 de janeiro de 2022 e 02 de março de 2022 nas áreas agrícolas da Usina São Martinho, em Pradópolis, SP, e na Usina Santa Cruz, em Américo Brasiliense, SP. Segundo o Gestor de Inovação da empresa, Walter Maccheroni Júnior, essas áreas figuraram entre as que mais sentiram a seca dos anos anteriores. Já o período de condução do projeto foi escolhido por constituir uma janela climática favorável ao surgimento de nuvens com potencial para “semeadura”.
Usina São Martinho, em Pradópolis, SP é uma das unidades do Grupo beneficiadas pela tecnologia da ModClima
Na visão do profissional, o projeto foi bem-sucedido por diversas perspectivas, pois possibilitou o melhor entendimento das condições atmosféricas relacionadas à chuva, capacitou as equipes para trabalhar com a tecnologia e mostrou evidências de que as chuvas induzidas em locais desejados aconteceram.
“Foi possível observar, nas áreas das usinas que foram alvo do projeto, uma quantidade de chuvas acumuladas maior em relação ao mesmo período dos anos anteriores. Em média, vimos nuvens de 5 km sendo semeadas, despejando cerca de 10 mm de água sobre a superfície do solo. Assim, o principal objetivo, que era a maior precipitação nas áreas alvo, foi atingido.”
Maccheroni Júnior: “Em média, vimos nuvens de 5 km sendo semeadas, despejando cerca de 10 mm de água sobre a superfície do solo. Assim, o principal objetivo, que era a maior precipitação nas áreas alvo, foi atingido.”
Segundo Maccheroni, esse volume de chuvas, aliado à boa distribuição, deverá refletir positivamente no maior pegamento de mudas (plantio de novas áreas) e brotamento das soqueiras e melhor crescimento dos canaviais em geral. Com base nesses dados, a São Martinho estuda a realização de novos projetos de indução de chuvas localizadas no futuro. “Entendemos ser uma tecnologia limpa que pode contribuir com o aumento da produtividade agrícola de diversas formas, garantindo o sucesso da fase de plantio, com um maior pegamento das mudas de MPBs, e aumentado o crescimento dos canaviais, resultando em mais toneladas de cana por hectare.”
ModClima faz chover sem agredir o ambiente
Na década de 1940, o cientista atmosférico Bernard Vonnegut descobriu que era possível aplicar partículas de iodeto de prata sobre as nuvens a fim de provocar precipitação. A partir daquele momento, diversas nações ao redor do globo passaram a utilizar a técnica para induzir chuvas, especialmente sobre grandes reservatórios e cultivos agrícolas.
No entanto, a questão que gera alta controvérsia é o fato de o iodeto de prata ser um metal pesado tóxico para humanos, animais e plantas. Além disso, não existem estudos aprofundados sobre os possíveis efeitos que sua utilização a longo prazo pode causar no clima das regiões.
Pensando nisso, a ModClima criou uma tecnologia sustentável de indução de chuvas localizadas, que utiliza aeronaves para “semear” as nuvens sem o uso de produtos químicos, utilizando apenas água potável como “matéria-prima”. “Nossas aeronaves sobrevoam as áreas de interesse ‘semeando’ gotículas de tamanho controlado em regime de turbulência no interior de nuvens cumulus, que crescerão verticalmente, gerando precipitação localizada”, explica o diretor de operações da empresa, Ricardo Imai.
Ele salienta que o nome “semeadura” faz alusão a forma como as gotículas de água são lançadas no interior das nuvens, ganhando volume por colisão e coalescência enquanto são carregadas pelas correntes ascendentes. Quando seu peso é suficiente para vencer as ascendentes, elas começam a cair, colidindo de frente com as gotículas menores que estão subindo, ganhando ainda mais massa até formarem gotas de chuva. “Diferente de outras tecnologias, o processo da ModClima é inteiramente físico e envolve princípios de termodinâmica e transferência de calor, como ocorre no desenvolvimento natural das nuvens.”
ModClima já “fez chover” sobre dezenas de plantações espalhadas por vários estados brasileiros
Imai enfatiza que a tecnologia da ModClima não impacta de forma negativa o clima das regiões, pois a técnica visa apenas a aceleração de um processo de crescimento de uma nuvem que já estava em formação. “Muitas vezes, olhamos para o céu e notamos uma nuvem aparentemente carregada. No entanto, na maioria dos casos, essa chuva nunca chega. Isso ocorre por vários motivos, como deslocamento para outra área ou dissipação. Por isso, nosso trabalho é identificar e aproveitar essas possibilidades, ‘semeando’ nuvens já existentes de forma a otimizar o potencial de precipitação.”
A ModClima possui mais de 20 anos de projetos voltados a pesquisa climática aplicada. Sua tecnologia de indução de chuvas localizadas já foi validada pelo Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) e utilizada por mais de uma década para provocar precipitação sobre os sistemas Cantareira e Alto Tietê, responsáveis pelo abastecimento de 20 milhões de habitantes. No agronegócio nacional, já “fez chover” sobre dezenas de plantações espalhadas por vários estados brasileiros.
Tecnologia de indução de chuvas localizadas melhora a quantidade e a distribuição de chuvas durante o período de maior desenvolvimento vegetativo da cana-de-açúcar
Principal insumo para a produção agrícola, a água segue como o bem mais valioso para os produtores rurais, responsável por até 50% da produtividade agrícola. O único problema é que ela nem sempre está à disposição nos momentos de maior necessidade, como na brotação e crescimento vegetativo das plantas. “Os agricultores vivem diariamente à mercê do clima. Investimentos gigantescos em preparo de solo, plantio, variedades, fertilizantes, e todo o manejo, podem ser perdidos no caso de escassez de recursos hídricos”, analisa o diretor de operações da ModClima, Ricardo Imai.
Após a severa estiagem que assolou grande parte do país em 2021, os produtores respiraram um pouco mais aliviados no ano passado, quando as condições climáticas foram mais favoráveis à produção agrícola. No entanto, mesmo um ano de precipitação normal não há garantias de produtividade excelente, uma vez que as chuvas podem ter sido volumosas, mas mal distribuídas tanto no espaço (áreas plantadas) quanto no tempo (veranicos).
A tecnologia de indução de chuvas localizadas desenvolvida pela ModClima atua nessa frente, minimizando os riscos climáticos ao mesmo tempo em que aumenta a produtividade agrícola das lavouras por melhorar a quantidade e distribuição de chuvas dentro de uma área alvo. Além desse incremento na produção das áreas, a técnica também contribui para a manutenção dos solos mais saturados, redução do risco de incêndios, conservação da vegetação nativa em áreas de reserva e proteção ambiental, nascentes e matas ciliares e melhoria do abastecimento da população nos municípios, gerando impactos positivos, mensuráveis, nas esferas econômica, social e ambiental.
Para a cultura canavieira, o período ideal para utilização da tecnologia é na época úmida do ano, de meados de setembro a março, no Centro-Sul do país. Ricardo Imai reforça que durante este período, quase 80% do potencial de biomassa é acumulado nos canaviais.
Durante os meses de safra, estima-se que cada 10 mm de chuva induzida podem representar um aumento de 1 tonelada de cana por hectare (TCH). Em uma área de 10 mil hectares, uma única chuva de 10 mm resultaria em uma produção adicional de 10 mil toneladas, gerando uma renda incremental de aproximadamente R$1.500.000,00, valor que, segundo o diretor de operações da ModClima, cobre, com sobras, todo o investido realizado.
Durante suas duas décadas de operação, a ModClima já chegou a medir chuvas induzidas artificialmente de até 90 mm
Com relação ao funcionamento dos projetos, Ricardo Imai explica que, uma vez fechado o contrato, uma equipe e aeronave da ModClima permanecem dedicados em um aeródromo na região do cliente. A partir daí, são realizadas análises climatológicas e monitoramentos constantes, com estações meteorológicas, satélites, câmeras e radares (quando disponíveis), além de treinamento de equipes de campo do cliente, que auxiliam no monitoramento e confirmação de nuvens potenciais e também das chuvas induzidas sobre as áreas plantadas. “No momento em que identificamos a presença de nuvens potenciais se deslocando em direção a área alvo, decolamos e realizamos a ‘semeadura’.”
A média de chuvas induzidas por voo nos projetos é de cerca de 70%. 7 em cada 10 nuvens semeadas geram precipitações entre 5 e 40 mm, cobrindo áreas que variam de 5 mil a 40 mil hectares. Em projetos de médio e longo prazos, é possível quantificar as chuvas induzidas com o uso de radares meteorológicos, medindo volumes e áreas cobertas, além dos impactos sociais e ambientais, atendendo os objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU, e enriquecendo as iniciativas ESG de grandes grupos
Ricardo Imai salienta que os projetos podem ser firmados de forma cooperativa junto a diferentes usinas e/ou associações de fornecedores de uma mesma região, já que uma única aeronave pode cobrir uma área de 125 x 125 km de extensão. “As fazendas de empresas diferentes, estão em grande parte misturadas, sendo que as nuvens ‘semeadas’ podem se deslocar em função do vento e molhar canaviais adjacentes. Dessa forma, fazer um contrato entre duas ou mais companhias é bastante interessante, tanto pelo aumento na produtividade dos canaviais como pela possibilidade de rateio dos custos de um projeto, pela quantidade de hectares de cada empresa.”
Fonte: Assessoria de Comunicação da ModClima.
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